Valor Econômico
19/08/2020

Por Rafael Rosas

Para presidente do banco, gargalo no setor de infraestrutura não está na capacidade de financiamento, mas na existência de bons projetos, que sejam bem estruturados

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, afirmou que a instituição financeira tem atualmente a capacidade de modelar e financiar projetos. Segundo ele, o grande gargalo existente hoje no setor de infraestrutura não está na capacidade de financiamento, mas na existência de bons projetos, que sejam bem estruturados e bem modelados.

“O investimento na estruturação economiza recursos [em outras fases]”, disse na Live do Valor desta quarta-feira.

O executivo destacou que esse amadurecimento na modelagem e estruturação de projetos é um processo pelo qual o banco de fomento passou. O objetivo, segundo ele, é que a instituição seja um “facilitador”, empurrando todo o processo “para cima”.

Montezano acrescentou que é importante ter um mercado de sindicalização de financiamento, com vários emprestadores avaliando e participando do risco dos projetos.

“É importante tanto pela ótica da mitigação de riscos, quanto para ter mais gente dando opinião, o que melhora a qualidade final do projeto”, disse Montezano.

Questionado sobre as concessões de serviços públicos, ele afirmou que atualmente o BNDES coordena cerca de 80 projetos, que somam em torno de R$ 200 bilhões em investimento.

Montezano citou como exemplos o leilão, previsto para 30 de setembro, da licitação da estatal de saneamento de Maceió e disse que no caso do leilão da Cedae, no Rio de Janeiro, a dúvida é se ele acontecerá este ano ou em 2021.

O presidente do BNDES explicou ainda que, no caso da Eletrobras, há a dependência de uma aprovação do Congresso para a realização do processo de privatização.