Da Reuters – Publicado na Folha de São Paulo

23/10/2017  10h43

A dívida pública federal cresceu 0,79% em setembro na comparação com agosto, somando R$ 3,431 trilhões, avanço que foi limitado pela devolução antecipada de R$ 33 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ao Tesouro.

Do total, R$ 15,13 bilhões foram pagos via resgate antecipado de títulos, ação que sensibilizou imediatamente o nível da dívida pública, informou o Tesouro nesta segunda-feira (23).

“A dívida é imediatamente impactada, os títulos são cancelados”, afirmou o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Leandro Secunho. “A dívida teria crescido R$ 15 bilhões a mais (sem a antecipação)”, acrescentou.

A maior parte dos títulos cancelados foi de LTNs com vencimento em abril de 2018 (R$ 6,34 bilhões) e em julho de 2018 (R$ 4,46 bilhões), informou o Tesouro.

Além disso, o BNDES também usou recursos em espécie para liquidação de outros R$ 17,87 bilhões para a devolução acordada com o governo. Mas enquanto os R$ 33 bilhões diminuem a dívida bruta geral, apenas os R$ 15,13 bilhões em títulos afetam a dívida mobiliária.

O governo espera receber outros R$ 17 bilhões do BNDES ainda neste ano, mas ainda não foi definido como se dará o pagamento.

Segundo Secunho, não existe risco de descumprimento dos intervalos estabelecidos para o estoque da dívida pública federal no Plano de Financiamento Anual (PAF), mesmo que essa nova operação seja exclusivamente em títulos.

O intervalo de referência do PAF para 2017 é de um estoque entre R$ 3,45 trilhões a R$ 3,65 trilhões.

SETEMBRO

No mês passado, a dívida pública mobiliária interna teve alta de 0,78% sobre agosto, a R$ 3,312 trilhões, devido à apropriação positiva de juros de R$ 25,98 bilhões, compensada em parte pelo resgate líquido de R$ 0,46 bilhão.

Já a dívida externa aumentou 1,12% sobre agosto, a R$ 118,88 bilhões, influenciada pelo avanço do dólar frente ao real. No mês, a moeda norte-americana subiu 0,64%.

Quanto à composição, os títulos prefixados continuaram com maior peso na dívida total. Sua fatia foi a 35,66% em setembro, acima dos 34,84% de agosto, dentro do intervalo de 32% a 36% para 2017 do PAF.

Os títulos pós-fixados, as LFTs, viram sua participação cair a 31,07% do total em setembro, sobre 31,92% no mês anterior. Para o ano, o Tesouro fixou participação de 29% a 33% para os papéis.

Os títulos corrigidos pela inflação ficaram praticamente estáveis em 29,69% da dívida em setembro, contra 29,67% em agosto. Para eles, o Tesouro também estabeleceu uma participação no ano de 29% a 33%.

A participação dos investidores estrangeiros em títulos da dívida interna recuou a 12,57% em setembro, sobre 12,66% em agosto.